10 perguntas sobre o Cancro da Mama - Veja as respostas do oncologista João Vasco Barreira!
- begoodmust
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O cancro da mama é hoje uma doença tratável e muitas vezes curável. O mais importante é não adiar o rastreio e procurar sempre informação fidedigna. A prevenção e o diagnóstico precoce continuam a ser as nossas melhores armas. Cuidar de si é o primeiro passo.

Em Portugal, anualmente são detectados cerca de 9.000 novos casos de cancro da mama, e mais de 2000 mulheres morrem com esta doença.
O cancro da mama é uma das doenças com maior impacto na nossa sociedade, não só por ser muito frequente, e associado a uma imagem de grande gravidade, mas também porque agride um órgão cheio de simbolismo, na maternidade e na feminilidade.
A propósito do Outubro Rosa e do mês que é dedicado à sensibilização do cancro da mama, o oncologista Dr. João Vasco Barreira, oncologista, parceiro de L’Oréal LDB e cofundador dos Twin Docs, responde-nos a 10 questões sobre o tema, de maneira a alertar e sensibilizar as mulheres para o rastreio e prevenção desta doença!

1. O que é o rastreio do cancro da mama?
O rastreio do cancro da mama é uma estratégia de saúde pública que tem como objetivo detectar a doença numa fase precoce, antes de surgirem sintomas ou sinais visíveis. É feito através da mamografia, um exame radiológico que permite identificar alterações muito pequenas na mama, muitas vezes ainda invisíveis ao toque. Está destinado a mulheres sem sintomas entre os 45 e os 74 anos.
2. Qual a importância de se fazer o rastreio do cancro da mama?
Fazer o rastreio é fundamental porque quanto mais cedo o cancro é detectado, maiores são as hipóteses de cura e menores as necessidades de tratamentos “agressivos”. O rastreio salva-vidas, literalmente, porque detectar precocemente é a chave do sucesso.
3. Posso evitar ter cancro da mama?
Não existe uma forma garantida ou milagrosa de evitar o cancro da mama, mas há hábitos que reduzem o risco: manter um peso saudável, praticar atividade física regular, limitar o consumo de álcool e evitar o tabaco, entre outros. Além disso, seguir o programa de rastreio é uma das medidas mais eficazes para diagnosticar precocemente e tratar atempadamente. São estas pequenas, mas grandes escolhas ativas, que vão ter um papel preponderante no risco de vir potencialmente a ter cancro.
4. A mamografia é um exame seguro?
Sim. A mamografia utiliza uma dose muito baixa de radiação, considerada segura. O benefício de um diagnóstico precoce é muito superior a qualquer risco associado ao exame.
5. Qual a melhor forma para vencer o cancro da mama?
A melhor forma de “vencer” é detetar cedo. Hoje, os avanços da medicina, com técnicas cirúrgicas cada vez mais minuciosas, radioterapia mais precisa, terapias-alvo, hormonoterapia e imunoterapia, permitem taxas de cura superiores, o que tem grande impacto no controlo da doença. Existem, atualmente, tratamentos muito eficazes, e em muitos casos a cura é possível.
6. A minha mãe teve cancro da mama. Eu também vou ter?
Ter um familiar com cancro da mama aumenta o risco, mas não significa que vá necessariamente ter a doença. Apenas cerca de 5 a 10% dos casos são hereditários. Nestes casos, o médico pode recomendar um acompanhamento mais personalizado ou testes genéticos em âmbito de consulta de genética médica.
7. O que acontece quando o teste de rastreio é positivo?
Um resultado positivo significa que foram encontradas alterações que precisam ser melhor estudadas. Não quer dizer necessariamente que há um cancro. O passo seguinte é realizar exames complementares, como ecografia seguida de biópsia para que haja, ou não, confirmação do diagnóstico.
8. Qual é a periodicidade deste rastreio?
Em Portugal, o rastreio foi alargado e é atualmente recomendado de dois em dois anos, entre os 45 e os 74 anos, através do Programa Nacional de Rastreio do Cancro da Mama, geralmente através de convite enviado pelo SNS. Em mulheres com maior risco, o médico pode sugerir começar mais cedo ou fazer o exame com maior frequência.
9. O rastreio do cancro da mama previne o cancro?
O rastreio não impede que o cancro apareça, mas permite detectá-lo numa fase inicial, quando é mais fácil e eficaz de tratar e isso faz toda a diferença no sucesso do tratamento. Por isso, é uma forma indireta de salvar vidas.
10. Sinto-me bem e não tenho alterações na mama. Tenho de fazer a mamografia?
Sim. O cancro da mama pode não causar sintomas nas fases iniciais, e é precisamente por isso que o rastreio é tão importante. Sentir-se bem não significa inevitavelmente estar livre da doença. O objetivo do rastreio é encontrá-la antes de causar problemas, para proteger mesmo quem “se sente bem”.
O "mês do cancro da mama" é o Outubro Rosa
Um mês dedicado à prevenção, sensibilização e diagnóstico precoce desta doença, sendo a campanha globalmente reconhecida por esta cor. Esta iniciativa envolve campanhas de consciencialização e apoio a quem luta contra a doença, com destaque para três datas importantes em outubro: o Dia Mundial do Cancro da Mama Metastático (13 de outubro), o Dia da Saúde da Mama (15 de outubro) e o Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama (30 de outubro).