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Cascavel é o novo gastrobar lisboeta e não, não é venenoso!

Espaço que durante muitos anos foi o armazém do restaurante vizinho “O Tachadas”, hoje dá lugar ao Cascavel, um projeto idealizado pelo XXXI Studio, que contempla a aura esfíngica e a sensualidade decadente dos espaços noturnos lisboetas dos anos 80, com uma certa contemporaneidade despretensiosa que ecoa nas cruas paredes que evidenciam o elevado pé direito do nº 170 da Rua da Esperança.



Amigos de longa data, Carlos Aragão, arquiteto e fundador do XXXI Studio (atelier responsável pelo projeto do espaço e por toda a direção criativa da marca) e Tomás Coelho, formado em gestão hoteleira, com especial paixão pelo universo vinícola, acharam que seria o momento para abrirem juntos um negócio na área da restauração, consequente da oportunidade de restaurar um espaço comercial que já há muito se encontrava em decadência, e do desejo mútuo de oferecer à cidade um espaço informal e cativante.


Porta adentro a história é outra, a vibração é outra

Ao contrário de muitos outros sítios, o Cascavel é effortlessly cool. A música não é impositiva mas muito bem escolhida, a carta é um pequeno mas belíssimo conjunto dos pratos que são executados na cozinha aberta que fica por detrás do icónico balcão ripado e a decoração foi pensada e criada especialmente para o bar. A carta de vinhos é especial e a curadoria é da responsabilidade de Tomás, que faz questão de ter sempre presente vinhos da região de Lisboa, já que é aqui que se encontra o Cascavel. Serve duas castas ricas da região, Arinto no branco - Quinta da Chocapalha branco (20€ a garrafa/4.5€ o copo)- e Castelão no tinto - Quinta da Chocapalha tinto (20€ a garrafa/4.5€ o copo).



O menu base está sob a alçada do Chef Tiago Hung, natural de Angola e perdidamente apaixonado pelos sabores africanos. O desafio aqui foi criar pratos com uma certa leveza e que fossem uma homenagem ao seu continente. Destacam-se o Mufete de Bacalhau (13€) - uma espécie de punheta de bacalhau sobre um delicioso húmus de feijão de óleo de palma acompanhado por um crocante de mandioca. A Magoga de Camarão (13€) também é um dos protagonistas do menu - uma sandwich de pão brioche recheada com camarão frito e coleslaw.



No Bar, voamos dos sabores africanos para o Brasil, onde nos deparamos com as criações do barman Gustavo Santiago, que pensou em cada cocktail de forma ponderada e rigorosa, com uma irreverência que lhe é muito característica. Os best-sellers são o Transa (13€) - cachaça infusionada com jalapeño, demerara e óleo de sésamo e o Curapeña (15€) - mezcal, elderflowers, ananás, gengibre e capuchinos. Para abrir os que gostam de começar a refeição com um bom cocktail, a recomendação é o Combava (12€) - gin, lima kaffir, sementes de coentros e azeite de tangerina.


É durante estas distintas danças de sabores que nos vamos cruzando pelos detalhes que tornam o Cascavel um lugar onde cada coisa flui. Desde a luz acolhedora, à ventoinha concentrada no seu movimento reiterado ou aos conjuntos de mesas baixas de inox com cadeiras em madeira, que segundo Carlos Aragão “são uma versão contemporânea do mobiliário de uma taberna” destacando ainda o cenário de fundo, composto pelo bar, a cozinha e a mezzanine, que está aberto para a sala e guarda em si todos os objetos e utensílios necessários para o funcionamento de um bar. Para Carlos esta confusão arrumada ilustra “um ambiente um tanto quanto insólito, e ao mesmo tempo, muito natural.”.


Abertos todos os dias, das 17h às 24h, está agora oficialmente inaugurado o espaço que se tornará muito rápido no lugar de eleição dos que por ali passam e decidem entrar.


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