E depois do verão? Os sinais na pele que não devemos ignorar
- begoodmust
- 10 de set.
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Com o fim do verão, o bronzeado começa a desvanecer, mas os efeitos da exposição solar permanecem e tornam-se, muitas vezes, mais visíveis. É nesta altura que surgem ou se evidenciam manchas, sinais e outras alterações na pele, resultado da radiação ultravioleta acumulada ao longo dos meses quentes. Um artigo de opinião de Cláudia Sousa, Enfermeira da Clínica Nuno Mendes.

Um contacto moderado com a radiação solar traz benefícios, como a produção de vitamina D e a melhoria do humor. Contudo, a exposição excessiva ao sol é um dos principais fatores de risco para o cancro da pele, especialmente o melanoma, que pode surgir a partir de sinais já existentes. Por isso, é fundamental estar atento a qualquer mudança nesta fase.
Sinais: por que precisam de atenção?
Os sinais, ou nevos, são pequenas manchas ou elevações pigmentadas na pele, formadas pelas células responsáveis pela produção de melanina, os melanócitos. Geralmente apresentam cor castanha ou preta, mas podem variar em tamanho, forma e tonalidade. Podem estar presentes desde o nascimento ou surgir ao longo da vida, sobretudo na infância e adolescência. Na maioria dos casos, são inofensivos e mantêm-se estáveis durante anos. Contudo, alguns sinais podem sofrer alterações ao longo do tempo e, em certos casos, evoluir para melanoma.
Como avaliar sinais em casa: a regra do ABCDE
Embora apenas um profissional possa dar um diagnóstico definitivo, há sinais de alerta que cada pessoa pode observar em casa. A regra do ABCDE é um método simples para identificar possíveis alterações suspeitas:
A - Assimetria: se imaginarmos uma linha a dividir o sinal ao meio, as duas partes devem ser semelhantes. Se forem muito diferentes, merece especial atenção;
B - Bordas: sinais saudáveis tendem a ter contornos regulares e definidos. Bordas irregulares e mal definidas podem indicar perigo;
C - Cor: a cor deve ser uniforme. Se notar várias tonalidades no mesmo sinal - castanho, preto, avermelhado, azulado ou esbranquiçado - é importante vigiar;
D - Diâmetro: sinais maiores que 6 mm devem ser observados com mais cuidado;
E - Evolução: qualquer alteração recente no tamanho, forma, cor ou textura, ou sintomas como comichão, dor ou sangramento, deve motivar uma consulta.
Cuidados com os sinais durante o pós-verão
Depois do verão, a pele apresenta frequentemente sinais de desgaste: desidratação, manchas mais evidentes e sinais que se tornam mais visíveis à medida que o bronzeado desaparece. Por isso, esta é a altura certa para adotar uma rotina de reparação e prevenção.
A hidratação deve ser uma prioridade diária, ajudando a restaurar a barreira cutânea e a devolver elasticidade e conforto à pele. O uso de protetor solar deve manter-se mesmo em setembro e nos meses seguintes, uma vez que a radiação UV continua presente e pode agravar alterações já existentes.
O reforço de antioxidantes, seja através da alimentação - privilegiando frutas e legumes ricos em vitaminas C e E -, seja através de cosméticos específicos, é essencial para apoiar a regeneração da pele.
Além disso, é essencial evitar novas agressões. A tentação de manter o bronzeado através do solário deve ser evitada, já que emite radiação prejudicial, aumentando o risco de lesões e de cancro da pele. Nesta fase, o mais importante é priorizar a saúde cutânea e adotar cuidados reparadores. Por fim, deve manter-se o hábito de fazer um autoexame regular, observando o aparecimento de novos sinais ou alterações nos que já existem.
Quando procurar ajuda especializada?
Consultar um profissional de saúde é essencial para avaliar a pele e acompanhar sinais que possam levantar suspeitas. Não deve adiar a avaliação se notar alterações na forma, cor, tamanho ou textura de um sinal, se surgirem sinais novos na idade adulta ou se algum deles provocar comichão, sangrar ou causar dor. Pessoas com muitos sinais, pele clara ou histórico familiar de cancro da pele devem manter um acompanhamento regular, mesmo que não apresentem sintomas, uma vez que o diagnóstico precoce faz toda a diferença no sucesso do tratamento.
Cuidar dos sinais é cuidar da saúde
O verão pode ter terminado, mas a pele guarda memória de cada momento ao sol. Os próximos meses são ideais para cuidar dela: hidratar, reparar os danos acumulados e, acima de tudo, vigiar sinais e manchas. Observar e agir atempadamente pode fazer toda a diferença.





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